13/12/2009

Longe do Paraíso | 19 Dez | Casa da Horta


Unicamente fantástico, este filme de um dos mais conceituados realizadores da actualidade, Todd Haynes (Velvet Goldmine) leva-nos aos exuberantes finais dos anos 50 para nos contar uma história que combina preconceito racial e sexual. Socialmente conceituados, os Whitaker são uma família feliz que habita numa casa situada num elegante bairro residencial. Julianne Moore (As Horas), numa extraordinária fusão de vulnerabilidade e força de vontade, desempenha o papel de dona de casa cujo marido (Dennis Quaid) leva uma vida dupla homossexual. Quando encontra algum conforto na companhia de um jardineiro negro (Dennis Haysbert), os boatos e as pressões da sociedade deitam por terra qualquer possibilidade de felicidade. A vida do casal entra numa espiral de tragédia e apesar dos esforços de ambos, nada voltará a ser como antes.

A sessão terá lugar no próximo sábado dia 19 de Dezembro, às 16h na Casa da Horta (Rua de São Francisco, ao Infante). A entrada é LIVRE ;)

Mais informações em MICA-me.org

23/11/2009

Desert Hearts | 28 Nov

Dia 28 de Novembro às 16 horas, novamente na Casa da Horta, vamos passar o filme Desert Hearts.

Este filme é um clássico de 1985 e, segundo o site AfterEllen.com, é considerado a primeira longa-metragem com um romance lésbico, que abriu o caminho ao cinema lésbico que temos hoje.

A história passa-se no Nevada, numa cidade do deserto americano, no final dos anos 50, onde Vivian Bell (Helen Shaver) se refugia para esperar pelo fim do seu processo de divórcio. A professora de 35 anos hospeda-se numa fazenda nos arredores da cidade, e aí acaba por conhecer Cay (Patricia Charbonneau). Cay é dez anos mais nova e assumidamente lésbica.

Aparece e traz um amigo! A entrada é gratuita.

A Casa da Horta fica na Rua de São Francisco, nr 12A, próximo da Igreja de São Francisco e do Palácio da Bolsa (podes ver um mapa aqui).

em MICA-me.org

26/10/2009

Halloween

Junta-te a nós, o elenco do Rocky Horror Cabaret vai lá estar em peso!

28/09/2009

Pausa Instrospectiva (Slow down the show)

Há uns anitos, estava eu a ver a Sic Radical todo contente, quando, nos momentos musicais deste talvez-já-não-tão-maravilhoso canal de televisão, me deparei com um vídeo invulgar, acompanhado por uma poderosa música cantada numa língua que eu desconhecia.

Nunca antes tinha visto algo tão próximo de mim representado na televisão, não daquela forma tão poderosa e emotiva, algo cuja realidade ultrapassava toda uma série de barreiras e esteriótipos com os quais fora confrontado até então. Ficara maravilhado, e todas as vezes que pude rever aquele vídeo (pois não havia acesso a youtubes nem nada do género), deixava-me sublevar por toda aquela maravilha.

O vídeo era muito simples: acompanhado pela tal música (a qual eu adoro, juntamente com a banda que a toca), mostrava uma história em slow motion onde, muito resumidamente, conhecíamos dois rapazes muito jovens, a forma como se conheciam e, posteriormente, envolviam num momento invulgar. São separados pelos respectivos pais, e a história praticamente acaba aqui (sem demasiados spoilers, espero).

Pretendo com este pequeno momento de introspecção referir-me a um dos momentos que muitas pessoas têm - independentemente das suas características - no qual descobrem algo sobre si, uma verdade que, seja porque causa for, lhe estava mais ou menos vedada, e que subitamente jorrou sobre si como a luz de um novo dia. Não existe maravilha maior, pelo simples facto de nos trazer certezas, revelações, algo que podemos agarrar.

Assim, deixo-vos com o meu momento - possivelmente o momento de muitos outros - e espero que nele recordem algo de vosso igualmente poderoso. A banda são os Sigur Rós (maravilhosa, acreditem, aconselho e muito), e a música chama-se Vidrar Vel Til Loftarasa (com mais acentos, possivelmente...)

24/09/2009

Music for Men (e mulheres também, convenhemos)

Isto de se começar a escrever num blog, especialmente quando o blog em causa já iniciou por si só um rumo muito próprio, tem muito que se lhe diga. À falta de experiência, uma pessoa pode pensar: "Ora bem, amandemo-nos".

E eu amandei-me.

A verdade é que o Cabaret au Lait é um espaço que tem valor pelo facto de não se levar a si mesmo demasiado a sério. O humor faz falta a muito boa gente (evito aqui referências partidárias), e creio que, na dose certa, pode ser mais produtivo para toda uma série de sectores e vivências. Claro que isto aqui não é só mandar umas gargalhadas e dar de frosques. Aqui também se fala de coisas sérias.

O que quero dizer com toda esta salgalhada de recursos estilísticos é que não aceitei o convite para vir cá dar as minhas bocas. Quero contribuir para a manutenção do ambiente e, ao mesmo tempo, ver se trago algo de diferente.

Assim, e para me calar de vez, quero deixar-vos com os The Gossip. Sobre eles, acho que falarei noutra altura mais oportuna. Mas que vale a pena ouvir, vale ;)

21/09/2009

14/09/2009

Madam Ruth Wallis sings "Sweater Girl"



Our Cabaret's beloved Ruth Wallis, once again, as to thank the wonderful words her son kindly wrote us. Indeed, the music and lyrics of Ruth Wallis give meaning to this blog for its open-minded and irreverent spirit. Through her satirical and good-mooded songs Madam Wallis dared to break what was considered a social taboo in the 40s and the 50s. To that we pay tribute, hoping to revive that irreverent view in today’s much tabooed society.

12/09/2009

"5 Telephone Conversations"




Mais uma curta da Logo (bendita seja por disponibiliza-las no YouTube com óptima qualidade).
Já vimos esta história milhões de vezes: brute careless guy meets sensitive boy; mas não pela forma como as conversas se desenrolam, ao telefone, em cinco breves andamentos, entre os dois. Wish them luck.

11/09/2009

1 ano de MICA-me

Mais informações aqui

"Back in business" !



We're back! O Cabaret voltou e tráz excitantes novidades!
Desde logo, à vossa direita, poderão encontrar um novo espaço dedicado à vida queer da cidade do Porto. Porque acreditamos que mais concorrência só nos fará bem, tal como às outras casas da cidade. E a todos vocês, claro, que ficarão a saber os sítios mais fervilhantes, propostas mais aliciantes e as festas mais extravagantes da InviQta!
Além disso, serão donos da palavra e dirão de vossa justiça quais as vossas preferências ou decepções; poderão fazê-lo na votação mensal ou na página de comentários a ser criada para o efeito.

Temos também um novo membro no nosso staff. Produto de uma experiência fetiche muito bem sucedida, apresentamos o nosso man at your service, o hércules do cabaret pronto para realizar as vossas mais sórdidas fantasias - ele próprio fruto da nossa mente lasciva e insaciável_______ Rocky


04/09/2009

Pausa

durante uns diazitos, na próxima quinta voltamos à carga.

02/09/2009

"The Disco Years"

Noite de cinema





"The Disco Years" (1994)
de Robert Lee King
com Matt Nolan, Russell Scott Lewis

31/08/2009

"Bring on the Men"

Hoje a noite é __ saucy


Façam lá a vontade à senhora... Por favor!

Hairspray



Obra central na filmografia de John Waters - expoente máximo da queer pop dos anos 70 e 80 - este Hairspray continua tão inspirador e a sua mensagem (a da aceitação, pois claro) tão actual como há 20 anos atrás quando estreou.
John Travolta bem tentou, no remake de 2007, rivalizar com a fabulosa Divine; mas obviamente ficou-se pelas intenções. A glorious Diva é resplandecente no seu duplo papel como supersize fifties housewife e como gerente de tv ultraconservador. Mas é a adolescente avantajada e descomplexada Tracy Turnblad - Ricki Lake interpreta - que brilha com mais intensidade.

No mundo colorido e risonho dos sixties vive-se para dançar, para que todos possam dançar.
Toneladas de laca acima do pescoço (e não só!) asseguram que as aparências são importantes; mas não o mais importante. Put your heart and soul into it e serão alguém na vida, independentemente da sua origem ou aparência - é este o lema do filme.
Um elogio à diversidade numa época em que as mulheres ainda usavam vestidos, os neons gigantes coloriam as ruas e a música marcava o ritmo do quotidiano.

Por isto e por todo o vasto legado que nos deixou, o Cabaret presta homenagem a John Waters, incluíndo-o no seu staff/wall of fame, como Director Artístico residente.
Some call me director, producer, filmmaker. I prefer to call myself pube-king.

John Waters & Divine

29/08/2009

"Let's All Be Fairies"

One upon a time, there were two faries, now there are a great many. Do you believe in faries and the stories that never grow old? There are faries at the bottom of the garden, that's a tale we've all been told. Let's think of those childhood games then go back to our baby ways, and let's all be faries, tinkle, tinkle, gnash, gnash, gnash, all dance around and go crazy waving a buttercup and daisy. We'll go wimsy-wamsy on tiptoe we'll say gnash gnash, let's all be faries, tinkle, tinkle, gnash, gnash, gnash. Ding-dong, ding-dong fairie bells are gayly ringing, Ding-dong, ding-dong dancing 'round the boundies, here are fairie footsteps.

Two great big burly boxers were engaged to appear in a fight, said the slosher to the slugger I won't hurt you, if you don't hurt me, when we're in the ring tonight, there's no reason why we should fight, so let's both be fairies, tinkle, tinkle, gnash, gnash, gnash. Don't get annoyed if I shove you, you can't imagine how I love you. We'll punch flimsy-flamsy, you go out when I say gnash. Let's all be faries, tinkle, tinkle, gnash, gnash, gnash. Ding-dong, ding-dong fairie bells are gayly ringing, Ding-dong, ding-dong dancing 'round the boundies, here are fairie footsteps.

(versão com fraca qualidade)


Les chansons risqué des années 20s

"The Physician"


(versão de Julie Andrews)

Les chansons risqué des années 20s

"I'm A Bear In A Ladies' Boudoir"



Les chansons risqué des années 20s

"He Hadn't Up 'Til Yesterday"



Les chansons risqué des années 20s

26/08/2009

"It's Madison Time"

BIG Ladies Night, part II



Hairspray, o filme original (1988), desse rasgo de excentricidade que é o fabuloso John Waters

24/08/2009

"Get Happy"

Classic queer, with Judy

20/08/2009

"Ascot Gavotte"




ÚLTIMA HORA: O Cabaret é a mais recente vítima dos Darth Vaders de sangue azul do 31 da Armada. A realeza já embarcou para o Brasil há uns cem anos mas por cá ainda resistem certos fidalgos armados à bandeirilha, em luta pela honra e tradição.
Snobs e refinados, altivos, orgulhosos e delicados, desdenham o contacto com a gente simples do campo - enfim, o chamado povo. Ignoram, de facto, os grandes prazeres da vida.


19/08/2009

Actualidade I

Homossexuais não podem dar sangue no Santo António

Hospital cumpre directiva do Ministério, mas a ministra diz que orientação sexual não é causa para negar doação

CARLA SOFIA LUZ

Os homossexuais estão impedidos de dar sangue no Hospital de Santo António, no Porto. O presidente da Administração do Centro Hospitalar do Porto garante que apenas está a cumprir a directiva do Ministério da Saúde.

Pedro Esteves admite que, tecnicamente, deviam ser avaliados os comportamentos de risco e não a orientação sexual, mas garante que a recusa de doações de homossexuais por parte daquela unidade responde a uma "orientação do Ministério da Saúde, que está a ser revista". No entanto, a ministra Ana Jorge imputa a "responsabilidade" para o serviço de Hematologia do hospital, sublinhando que a orientação sexual do dador não é causa para recusar uma doação de sangue.

"Não é a homossexualidade que é a causa para não poder dar sangue. Em função da segurança de quem precisa de ter sangue, são analisados os comportamentos de risco e não por ser homossexual ou heterossexual. Os heterossexuais também têm comportamentos de risco e essas pessoas não podem dar sangue. No inquérito que é feito e quando se fala com um previsível dador de sangue são analisados os comportamentos de risco", afirmou, ontem, a governante na visita ao Hospital de Santo António, confrontada com a manifestação de um grupo de jovens contra uma atitude que consideram discriminatória.

André Relvas, um dos manifestantes, lamenta que um homem seja automaticamente excluído de dar sangue por ter tido relações sexuais com outro homem e apela à ministra Ana Jorge que altere esta restrição. "Somos discriminados", afirma, certo de que devia questionar-se o potencial dador sobre o comportamento sexual e não sobre a sua orientação. E, no inquérito do Hospital de Santo António, é perguntado, entre outras matérias, aos potenciais dadores se têm vários parceiros sexuais e se frequenta ou exerce prostituição para avaliar comportamentos de risco. No entanto, há também uma questão específica para os homens na alínea 12: "Alguma vez teve relações sexuais com outro homem?". André Relvas afiança que a resposta positiva a essa pergunta leva à rejeição imediata do candidato.

Em comunicado, o Serviço de Hematologia do Hospital de Santo António esclareceu que, para garantir a qualidade do sangue, foi adoptada a "eliminação dos dadores homossexuais masculinos e de heterossexuais com comportamentos de risco", tendo por fundamento os "estudos que revelam um maior risco de transmissão de VIH nestes grupos" e a recomendação do Instituto Português de Sangue. Embora todas as dádivas de sangue sejam testadas para o vírus da sida e outros vírus, existe um "período de janela" (incubação) de um mês em que "não é seguro o resultado negativo do teste", considerando, então, que se justifica "maior rigor na selecção prévia do dador".

18/08/2009

Corações em triplo salto



a humilde homenagem desta casa ao nosso mais querido e elegante campeão, que nos deixa a suspirar em andamentos ternários.





Rapazes nus a cantar

Da Broadway para o Casino Estoril e deste para o Cabaret!

17/08/2009

Máscara

o novo acessório para homem.


e da mesma gama
fonte: www.hotguysinflumasks.com

(é este o nosso plano de contingência. Proteja-se!)

06/08/2009

You like!? I LIKE!!!


Welcome! This is Cabana Chat and this, AHH AHH AHHHHHH is Dixie Wetsworth!
Tonight, specially from Cabaret aw lay... which reminds me, oh pool boy! Poooooool boy! Come moisture Dixie's deep end! Ahh-ahh-ahhhhhh!!!

05/08/2009

"Recruiting"

Noite de cinema no Cabaret, com política e conspiração à mistura - bem a condizer com clima pré-eleitoral.
Muita atenção, eles andam aí, aos pares e munidos com propaganda!

04/08/2009

"Mid-Mall Madness"

É por isto que queremos uma Gay Village no Porto!!! De certeza que o Joe concorda.

03/08/2009

"Me and My Shadow"

Rumores e suspeitas. O menino Robbie não devia brincar com essas coisas. Ainda por cima com o (gorgeous) do melhor amigo! Já dizia o outro, qualquer dia resolve assumir e depois ninguém acredita. Tsk tsk...


02/08/2009

Willkommen, mein Herr!

O fim das nossas férias para o começo em grande das vossas! Aufirdesehen boa via, silly season here we come, and all that jazz!
Liza, darling, faz as honras da casa e jus ao bom nome do Cabaret.

20/07/2009

Pausa - "He Wasn't There" (but we'll be back soon)

.


O Cabaret vai de férias mas volta já no princípio de Agosto. Sintam a nossa falta que nós sentiremos a vossa!
***Beijos molhados!***
Mdm. Ruth

19/07/2009

"Pizza"

Ah, la bella Italia! Terra de Michelangelo e de DaVinci, da pasta e do uomo latino; do cinema e das primas donnas, das grandes actrizes (eh Magnani!); de Roma, Veneza, Milão e Florença, da Ferrari, das Vespas, do Super Mario!
Mas também casa dos Papas, de Berlusconi, do lixo, da Máfia. Do Fascismo.
Houvesse um coador gigante para filtrar toda a porcaria e ficaríamos com o país perfeito. Imaginem, o calor, as belas cidades, as donnas e os ragazzos, o mar! E a comida... si, il mangiare...



Para o mio bambino, que está de cama. Bacci tanti!

Conversas de domingo à tarde - "Le Marais"

.


de Gus Van Sant
com Gaspard Ulliel | Elias McConnell


18/07/2009

Se o Ministério não o quer, há sempre quem queira


Segundo Gabriel Olim, não se trata de discriminação mas sim de "selecção", uma vez que "a prevalência de agentes patogénicos que podem provocar doenças graves por transfusão de sangue é maior na população homossexual masculina". "Por razões anatómicas, os homens estão mais expostos a doenças graves que possam ser transmitidas", afirmou, acrescentando que todos os dias se excluem 25 por cento de potenciais dadores pelas mais variadas razões.

Give Vampira those 25%. Vampira takes good care of their vlood.



17/07/2009

"Boobs"

Big Ladies Night!

“In case you were wondering, these are real,” she says, cupping her boobs. “But this,” she continues, grabbing a shelf of tummy flab, “is implants.” She honks with laughter and pulls her top back on. Beth Ditto


16/07/2009

"Living on my own"

.
Noite de lua cheia.

Got to be some good times ahead!


15/07/2009

A marcha nos e dos Aliados


"Well, did you evah?"


Obrigado Zé e Paulo. Não estávamos seguramente à espera. Contar com o vosso reconhecimento neste Cabaret que mal acabou de entrar na puberdade, enche-nos de orgulho.
A vós e aos vossos dedicamos este tema, do melhor Crosby-Sinatra que temos.

14/07/2009

"Dare"

Noite de Cinema.
shiu!



(idioma: inglês; legendas: espanhol)

"Dare" (2005)
de Adam Salky
com Adam Fleming, Michael Cassidy
IMDb

Oh light boy! Graww...

13/07/2009

"Hanky Panky"

Na primeira saucy night do Cabaret, contamos com a presença de um dos maiores detectives da cultura americana, o senhor que arrebatou Madonna (as Breathless Mahoney) e que não deixa os maus da fita fugir impunes - Mr Dick Tracy


Dick:
I'm on duty.
Breathless: Hum, I was beginning to wonder what a girl had to do to get arrested.
D: Wearing that dress is a step in the right direction.
B: ... I'm wearing black underwear.
D: You know, it's legal for me to take you down to the station and sweat it out of you under the lights.
B: I sweat a lot better in the dark.
D: I might as well charge you of attempting to bribe an officer of the law.
B: ...I know how you feel. You don't know if you want to hit me or kiss me. I get a lot of that.

80s Disco Paião Hardcore Remix

12/07/2009

MOP, in crescendo



ano após ano somos cada vez mais. e são cada vez mais os olhos postos em nós.

Mil pessoas nas ruas do Porto pela igualdade de direitos dos homossexuais

A exuberância é a imagem de marca das marchas do orgulho Lésbico, Gay, Bissexual e Transgénero (LGBT), como aquela que se realizou ontem no Porto. Mas está longe de identificar a maioria dos que se manifestam pela igualdade de direitos de quem tem uma orientação sexual que foge à norma. De calças de ganga e T-shirts, a maior parte das centenas de participantes reivindicou o casamento e a adopção pelos homossexuais.

"Casamento e adopção, igualdade sem excepção", lia-se numa faixa do Bloco de Esquerda, um entre dezena e meia de organismos que apoiaram a 4.ª Marcha Orgulho LGBT no Porto, a mais participada de sempre.

O subcomissário Mário Moreira, da PSP, contabilizava ontem cerca de mil participantes. "É fácil controlar manifestações como estas. Houve uma auto-organização, por isso, quase não é necessária a nossa intervenção", explicou.

Ao som de música e de frases de ordem, a manifestação correu pacífica entre a Praça da República e a Praça General Humberto Delgado. Acima de tudo, todos aceitam a diferença. Por isso, um homem com um vestido de alças cor-de-laranja e uma peruca azul que lança beijos de cima de um camião não choca quem desfila.

Mas nem todos exibem assim a diferença. Duas jovens de 16 anos marcham com a cara tapada por uma máscara. Uma explica que são gémeas e assumiram a sua homossexualidade aos 12 anos, mas ainda não contaram aos pais. "É o medo", justifica. A grande conversa, conta, está marcada para hoje [ontem] e a jovem acredita que eles vão reagir bem.

O filho de Dulce Santos, 45 anos, já passou por isso. E a mãe garante que correu bem. Ao pescoço traz um cartaz a dizer: "Tu não sabes, mas eu sou mãe de um homossexual." Veio de uma aldeia perto de Aveiro para participar pela primeira vez nesta marcha. "Vim porque acho que os homossexuais devem ter direitos iguais a qualquer outro ser humano." M.O.

in Público (fotos: mica-ME)


Definitivamente uma vitória para o movimento LGBT! Participação muito acima do esperado (tendo em conta os números da PSP), o que só revela a grande motivação de todos em lutarmos por esta causa.

Esperemos que para o ano a organização da MOP e as outras associações (nomeadamente a ILGA e a Rede Ex Aequo) ponham de parte as suas disputas pessoais e se concentrem no motivo pelo qual estas mil pessoas marcharam - a igualdade de direitos.

10/07/2009

"Let's Do It"

O vosso anfitrião esta noite - the one and only, Mr Cole Porter

I am the most enthusiastic person in the world. I like .everything as long as it's different.

So do we.

Todos à Marcha!

Amanhã, às 15h na Praça da República. Sem falta!

(arte de Rafael Vieira)

09/07/2009

"Maria"

Esta noite, o CabaretOLÉ orgulha-se de apresentar este fabuloso tema de Leonard Bernstein - da grande obra prima do cinema musical, West Side Story - interpretado pelo elegantíssimo Richard Breymer. Damas e cavalheiros, os vossos mais sinceros aplausos!



Direcção do veterano Robert Wise (Música no Coração) e do coreógrafo Jerome Robbins

O Cabaret subscreve o Manifesto

Marcha do Orgulho LGBT no Porto 2009

Há 40 anos, no bar Stonewall Inn, em Nova Iorque, pessoas homossexuais, bissexuais e transgéneras revoltaram-se e pela primeira vez reagiram e defenderam-se dos sistemáticos actos de agressão e opressão das forças policiais. Foi o início da luta pelos direitos das pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais/Transgéneras (LGBT).No ano seguinte, realizou-se a primeira Marcha do Orgulho LGBT – orgulho pela coragem de resistir.

No Porto, a 1ª Marcha do Orgulho LGBT foi impulsionada pelo brutal assassinato de Gisberta Salce Júnior, uma mulher transexual. Estávamos em 2006 e pedíamos “um presente sem violência, um futuro sem diferença”. 2007 foi o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos. As uniões de facto foram finalmente reconhecidas no Código Penal, sem distinguir casais de pessoas do mesmo sexo e casais de pessoas de sexo diferente. Por outro lado, apesar de muito se ter falado na necessidade de pôr termo à discriminação das mulheres no trabalho, nada se disse, por exemplo, sobre a dificuldade que transexuais e transgéneros têm em conseguir um emprego. Exigimos a inclusão da identidade de género no artigo 13º da Constituição da República Portuguesa e uma Lei de Identidade de Género.
Porque a igualdade de direitos não é adiável ou negociável, exigimos a cidadania plena para todas e todos.

Ano após ano, lembramos que o Estado tem a obrigação de se empenhar activamente na luta contra o preconceito. Porque a educação é fundamental, exigimos acções de formação anti-discriminação nas escolas, nos tribunais, nos estabelecimentos de saúde, nas esquadras. Em todos os pilares da democracia. Em 2008 congratulámo-nos com as medidas tomadas no âmbito da educação para uma saúde responsável, mas lamentámos o facto de a educação continuar a ter como base um modelo heteronormativo, que não corresponde à pluralidade das práticas familiares do Portugal do século XXI.

Na linha de todos os alertas e reivindicações que temos vindo a fazer, hoje pedimos a todas e todos que façam connosco uma reflexão sobre uma temática transversal e central de todas as sociedades: a FAMÍLIA.
Os argumentos em defesa do que é normal e tradicional são recorrentes quando se fala de famílias que não obedecem ao paradigma 1 homem +1 mulher = filhos. Mas o que é "normal"?

No Império Romano havia escravatura. Era normal. Diversas formas de escravatura são ainda consideradas normais em vários locais do mundo. No entanto, Portugal foi um dos primeiros países a abolir a escravatura, no século XVIII. A pena de morte também é histórica e ainda se aplica em diversos países. Portugal foi o terceiro país a abolir a Pena Capital, em finais do século XIX.
Avancemos para meados do século XX e para as coisas normais do mundo ocidental. O casamento inter-racial era proibido em muitos países, sob a justificação de que iria desvirtuar a instituição do casamento e porque a seguir teríamos o incesto e a bestialidade. Era normal obrigar os canhotos e escrever com a mão direita. Era normal os surdos não terem uma língua própria. Era normal os negros serem obrigados a viajar na parte de trás dos autocarros. Era normal uma mulher primeiro ser propriedade do pai para depois ser propriedade do marido. Era normal as mulheres não poderem votar nem usar calças de ganga. Era normal dizer-se que o preservativo e a pílula iam acabar com a família. Era normal haver filhos em todos os casamentos. Era normal o casamento ser para toda a vida mesmo que as pessoas fossem infelizes.

O normal é o que a maior parte das pessoas faz, ou acredita que se faz, num determinado momento. Não quer dizer que as práticas minoritárias estejam erradas. Aliás, o normal muda com os tempos...

Não se pode negar a diversidade de modelos familiares existente.

Um lar pode ter como núcleo um relacionamento monogâmico entre um homem e uma mulher, entre dois homens, ou entre duas mulheres. Mas também há relacionamentos amorosos responsáveis entre mais de duas pessoas. Assim como há famílias cuja base é a amizade, e não o amor, ou o sangue. Todas estas famílias existem. Umas têm filhos, biológicos ou adoptados, outras não.
O problema é que algumas destas famílias não são reconhecidas pelo Estado, ou são tratadas como famílias de segunda.

Há menos de 100 anos, o casamento normal seria a união entre duas pessoas com a mesma cor de pele, a mesma religião, do mesmo estrato social e de sexo diferente. Permitiu-se a anormalidade dos casamentos inter-raciais, a modernice de casar por amor, a leviandade de não se pensar nos interesses religiosos ou patrimoniais das famílias. Permitiu-se o amor. O casamento passou assim a ser o coroar de uma relação, o querermos que seja “para sempre” (pelo menos até ao dia do divórcio). As pessoas com orientações afectivas ou sexuais diferentes da maioria também cresceram neste país, e é normal que vejam no casamento civil a legitimação e dignificação do amor que sentem por outra pessoa.

E é disso que falamos: de amor.

Nem todos temos o desejo de encontrar a alma gémea, casar e ter filhos. Mas quem tem esse sonho deve ter igualdade de acesso ao casamento civil. Todos devemos ter o direito de escolher o modelo de família com que mais nos identifiquemos, e o estado tem de dar as mesmas oportunidades a todos e todas.

É urgente que o Estado reconheça o direito à igualdade para todas as pessoas, para todas as famílias. É necessário que ninguém seja discriminado. Somos uma sociedade diversa. Sejamos verdadeiramente inclusivos.

Por tudo isto marchamos e afirmamos:

“Na felicidade e na dor, o que faz a família é o amor!”

[Incompreensível é a posição da Rede Ex Aequo em renunciar agora a participar na MOP. Chega a ser ridícula até pelas razões apontadas. É lamentável que uma associação na sua busca de protagonismo descure a defesa dos direitos dos LGBTs que se diz representar.]

07/07/2009

Na Gran Via


A MADO na imprensa espanhola (fonte: A Volúpia de Apolo)

El Orgullo



Declaração de interesses: Fazer da quarta Marcha do Orgulho do Porto um símbolo da expressão do movimento gay em Portugal e na Invicta, à medida de Madrid.

03/07/2009

Cabaret OLÉ!!!


O Cabaret muda-se, excepcionalmente, neste fim de semana para aqui. São todos bem vindos, a entrada é livre! Hasta :D

01/07/2009

Eu vou!

[Transcrevo para aqui o convite do André (espero que ele não se importe) e que está publicado na integra no blogue do MICA-me]

No próximo dia 11 de Julho, sábado, vai ocorrer a Marcha do Orgulho do Porto. Este email serve para vos chamar a todos a juntarem-se a este movimento que vai partir às 15 horas da Praça da República em direcção ao coração da cidade.

A Marcha é uma questão política e interessa – ou devia interessar a todos.

Na marcha vão estar muitas pessoas e todas diferentes. Com umas identificamo-nos mais, com outras não nos identificamos de todo. Em comum todas têm um propósito – manifestarem-se contra qualquer forma de discriminação com base na orientação sexual e identidade de género.

Ali vão pedir-se direitos iguais para todos, como tal, o assunto diz-nos respeito a todos, independentemente da orientação sexual de cada um de nós.

Independentemente da orientação sexual de cada um, e da sua identidade de género, ali vai-se exigir um estado realmente democrático que respeita todos os seus cidadãos.

É por isso que eu vou lá estar, e é por isso que vos estou a convidar a vocês. Porque o assunto diz-nos respeito a todos e eu quero direitos iguais para todos.

Quantos canhotos conhecem? Dizem as estatísticas que, aproximadamente, uma em cada 20 pessoas escreve com a mão esquerda. Dizem as estatísticas que 1 em cada 10 portugueses é homossexual. Quantos homossexuais conhecem? Imaginem quantos amigos vossos se escondem se uma em cada 10 pessoas que conhecemos é homossexual. Com quantas pessoas lidam vocês directamente todos os dias? Quantos colegas têm na escola e no emprego? Quantos primos têm? Quantos vizinhos? Esses são os que andam todos os dias de máscara e esses são aqueles que são considerados cidadãos de segunda.

Dia 11 de Julho, eu vou estar às 15 horas na Praça da República. Vou estar com muita gente que conheço. Vou estar com os com os meus e com os teus vizinhos, com os meus e com os teus primos, com os meus e com os teus colegas de trabalho. E muitos vão ficar em casa. Gostava que os meus amigos também se importassem com um assunto que diz respeito a todos e por isso gostava de te ver por lá também. Não é que se não estiveres acabe o mundo, mas é bom saber com que se importam os meus amigos.

É importante que quem manda conte cabeças. Importa quantos vão estar lá, independentemente da orientação sexual de cada um. Preocupa-te!

Sobre o Nazismo dizia o poeta alemão Martin Niemöller:

Primeiro vieram atrás dos comunistas,
- mas como eu não era comunista, não gritei.
Depois prenderam os socialistas,
- mas como eu não era socialista, não gritei.
Depois levaram os sindicalistas,
- mas como não era sindicalista, não gritei.
Ainda depois levaram os judeus,
- mas como eu não era judeu, não gritei.
No fim vieram atrás de mim, mas já não havia mais quem protestasse.

Se por motivos vários não podes juntar-te à Marcha na Praça da República, mas queres estar presente, podes ver como podes fazer-te representar aqui: http://mica-me.blogspot.com/2009/07/ausentes-por-um-motivo-unidos-pela_01.html


[Recomendo igualmente que consultem as iniciativas do MICA-me para a 4ª MOP, disponíveis aqui.]

30/06/2009

Farid

Entrámos no recinto resguardado do nosso pátio. Rodeado de alvas fachadas e muros, pavimentado com lousas cinzentas, ostentava no meio um limoeiro circundado de moitas de loendros. Farid estava encostado ao alpendre, vestido com um camisão comprido, descalço, passando as mãos pelos negros anéis do seu cavelo que lhe pendia para os ombros. A mim, sempre me parecera ter sido dotado com todos os atributos de um guerreiro poeta dos desertos da Arábia - delgado, musculoso, de agudos olhos verdes de falcão, uma pele suave morena e uma inteligência ágil e imprevisível. A penugem que sempre lhe cobria o rosto fazia-o parecer ensonado mas atraente, e tanto homens como mulheres eram frequentemente cativados pela sua beleza escura. Fez-me um aceno de saudação com um gesto das mãos vigorosas habituadas a tecer tapetes. Apesar de ser surdo-mudo de nascença, nunca tinha sentido a mínima dificuldade em comunicar deste modo comigo; já de pequenos tínhamos inventado uma linguagem feita de gestos, talvez por termos nascido apenas com dois dias de intervalo e termos crescido juntos.

[excerto] "O Último Cabalista de Lisboa" de Richard Zimler
[imagem] "Chogan" de Mahmoud Farshchian

28/06/2009

LGBT Cultural

Fica aqui o programa desta excelente iniciativa. Aos organizadores e ao Maus Hábitos, muitos parabéns.
http://lgbtcultural2009.blogspot.com/

27/06/2009

¡no me digas!

Onde estarei, daqui a uma semana:


(Mesmo em cima daquele carro, a agitar a bandeira "I *heart* balls"... em Madrid!)

O legado

24/06/2009

destaQues II

Porto Pride 2009 11 Julho | Teatro Sá da Bandeira

LGBT Cultural 2009
7 - 10 Julho | Maus Hábitos

LGBT Cultural 2009 é um ciclo cultural de temática lgbt (lésbico, gay, bissexual e transgénero) a realizar no âmbito das celebrações do orgulho gay durante quatro dias. Este ciclo inclui conferências, debates e sessões de cinema independente sobre as categorias: História, Saúde Sexual e Psicológica, Performance Art Queer-LGBT e Sociedade Civil, Cinema.
Este projecto vem colmatar a necessidade duma maior informação acerca da temática lgbt na sociedade portuguesa, surgindo como antecipação cultural aos habituais eventos do orgulho lgbt, cuja índole é principalmente a manifestação e a celebração. Este conjunto de eventos pretende esclarecer a comunidade nos campos histórico, da saúde, artístico e cívico da identidade lgbt, trazendo uma maior consciencialização do indivíduo.


http://lgbtcultural2009.blogspot.com/